Tokenização de royalties musicais

Tokenização de royalties musicais permite que artistas transformem a música, um bem intangível da propriedade intelectual, em tokens
Imagem: Divulgação

Uma nova era da economia digital está acontecendo bem diante dos seus olhos. Artistas brasileiros – como Wesley Safadão, Gusttavo Lima, Kadu Martins, Bruno e Marrone, Simone Mendes e Maiara e Maraísa – estão usando a tecnologia blockchain para tokenizar os royalties musicais. Em parceria com empresas de gestão de ativos digitais, esses artistas transformam a música, um bem intangível que está dentro do guarda-chuva da propriedade intelectual, em tokens.

O mercado de investimento em música sempre existiu, mas estava disponível somente para players e agentes econômicos que já atuam nesse nicho e até mesmo gravadoras. Com o processo de tokenização, qualquer pessoa pode obter royalties musicais como um investimento de renda variável sem correlação com a bolsa de valores. Assim, interessados podem adquirir os certificados de recebíveis lastreados nos direitos creditórios da execução pública e distribuição digital das músicas do artista e compositor. É preciso considerar que o valor dos royalties pode flutuar consideravelmente com as mudanças nas tendências, o sucesso de artistas e músicas específicas. Outro fator de impacto é o surgimento de inovações tecnológicas que mudem a forma de consumo de música. Atualmente há uma grande dependência das plataformas de streaming de áudio. 

Os royalties são as remunerações para quem tem direitos autorais. No caso das músicas, são pagos royalties aos compositores após reproduções em streaming e execuções públicas. Os intérpretes também têm direito ao pagamento caso suas versões sejam utilizadas. Na perspectiva dos artistas, a principal vantagem é a antecipação de caixa para investir em outros produtos financeiros ou em novos projetos. Isso porque a tokenização transforma imediatamente os royalties em ativos digitais. Um exemplo prático desse processo é o trabalho da Hurst Capital, a primeira plataforma de investimentos a trazer para o Brasil a possibilidade de investir em royalties musicais. A empresa tem mais de 19.000 obras e fonogramas transformados em ativos digitais.

Fonte: Exame e Isto é Dinheiro