
Se nós humanos precisamos de passaporte para viajar e circular entre fronteiras, por que não criar uma identidade única semelhante para produtos? Essa é a ideia que embasa a implementação do Passaporte Digital do Produto (PDP) ou Digital Product Passport (DPP), um conjunto de dados de sustentabilidade que possibilita a circulação de produtos. O passaporte é uma representação digital confiável de um produto físico, permitindo uma troca eficiente de informações ao longo da cadeia de suprimentos e facilitando a verificação e o gerenciamento da sua sustentabilidade. Tudo isso usando tecnologia blockchain para registro e rastreabilidade.
O passaporte visa aumentar a transparência sobre o impacto ambiental de um produto, oferecendo informações relevantes e abrangentes sobre seu ciclo de vida. Ele dá às empresas e aos consumidores acesso às informações diretamente do fornecedor ou de outras fontes de dados escolhidas pelo fornecedor. As informações podem abranger o desempenho de sustentabilidade do produto, como a pegada de carbono ou a origem da matéria-prima, assim como informações sobre a garantia e instruções para a instalação, reparo e reciclagem.
As informações sobre esse produto podem ser acessadas através da leitura de um código fixado no produto ou em sua embalagem. A Europa está no início de sua transformação para uma economia circular e pretende se tornar a região mais sustentável do mundo, usando o passaporte. Nesse continente, o passaporte será implementado gradualmente até 2030, para atender ao compromisso europeu com o Acordo de Paris e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Portanto, a União Europeia vai adotar critérios rigorosos de sustentabilidade para produtos importados.
No Brasil, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) está à frente dos debates sobre a implementação do passaporte. A adequação das empresas brasileiras às exigências internacionais será fundamental para que essas não percam a competitividade no mercado global.
Fontes: ABDI e GS1BR