Interoperabilidade entre blockchains

Interoperabilidade entre blockchains
Imagem:Shubham Dhage / Unsplash

As blockchains foram concebidas para garantir segurança às transações. Para isso, as redes permitem a execução de conjuntos de operações por meio de implementações distintas e normalmente isoladas entre si. Essa particularidade das blockchains acaba gerando sistemas heterogêneos, onde há grande dificuldade para troca de informações. Por isso, é fundamental desenvolver mecanismos de interoperabilidade entre redes blockchain, como propõe o Gt-Inter Cross-Chain, que integra o Projeto Ilíada. 

A interoperabilidade refere-se à capacidade de diferentes redes se comunicarem, compartilharem dados e utilizarem informações de forma integrada. Em um cenário interoperável, um ativo digital tokenizado em uma blockchain pode ser facilmente transferido e utilizado em outra, permitindo aplicações como investimentos, comércio ou financiamento de projetos. 

Um dos principais desafios inerentes à interoperabilidade em blockchains é a diversidade das arquiteturas, protocolos de consenso e de governança, que caracterizam diferentes redes. Outro problema é a integração entre blockchains permissionadas (privada) e não permissionadas (pública). Blockchains permissionadas exigem autenticação e permissões de acesso, dificultando a confiança e a verificação de transações por clientes de blockchains não permissionadas. Alguns protocolos vêm sendo propostos para tratar essa questão, mas há uma carência por análises de desempenho em cenários reais. O Gt-Inter Cross-Chain, então, fez uma série de análises para comparar protocolos de interoperabilidade.

Nesse processo, o GT avaliou, por exemplo, que o Chainlink, um dos protocolos mais comuns na atualidade – a despeito de sua popularidade – pode ser até sete vezes mais lento que os outros protocolos e com tarifas maiores, alcançando até 78 centavos de dólar por operação. Essa análise evidencia o quanto ainda é necessário melhorar e inovar na interoperabilidade de redes blockchain. O Gt-Inter Cross-Chain vem testando cenários de interoperabilidade para registros de diplomas de modo que, esses documentos já tokenizados, possam ser transferidos entre redes de instituições.