
O produtor rural brasileiro agora conta com um novo título para financiar a conservação da parcela de vegetação nativa em sua propriedade. A Cédula de Produto Rural (CPR) Verde permite que produtores, associações, cooperativas rurais e agentes do agronegócio captem recursos para destinar à conservação de florestas nativas e seus biomas. Na prática, quem tem um projeto de conservação da mata nativa poderá transformar essa iniciativa em um ativo digital. Este, por sua vez, será negociado com uma empresa ou instituição que queira fazer uma compensação de carbono ou proteger determinada área de interesse da biodiversidade. Tudo isso usando tecnologia blockchain no processo de tokenização do ativo.
O título verde vai funcionar assim: ao invés de se comprometer em entregar o resultado da produção agropecuária em pagamento a um recurso financeiro obtido para investimento, o produtor poderá dar como garantia a manutenção de determinada área florestal. No Brasil, até então, o produtor que mantivesse a área de floresta preservada, além da parcela obrigatória, não recebia benefício em troca. Para ser emitido, o CRP Verde deverá ser acompanhado de certificação por auditoria externa ou de terceira parte, para indicação e especificação dos produtos rurais que lastreiam a cédula.
Com a nova solução, cria-se um mercado de ativos verdes no qual o produtor é estimulado à transição para a produção sustentável. Em consequência, o produtor preza pela conservação de florestas e recuperação da vegetação nativa que resultem, entre outros, em redução de emissões de gases de efeito estufa. Portanto, a cédula verde é como um pagamento pelos serviços ambientais prestados pelo produtor responsável, que deixa de abrir novos espaços de vegetação para expandir a sua produção agropecuária. O intuito é incentivar uma produção sustentável e consciente que reforce a posição de destaque do Brasil em relação aos demais países na busca pela preservação ambiental.
Fontes: Ministério da Agricultura e Pecuária e CGS