Ativos de Resiliência de Biodiversidade (B.R.A.s)

Ativos de Resiliência de Biodiversidade (B.R.A.s)
Imagem: Eelco Böhtlingk / Unsplash

A relação entre tecnologia blockchain e ações de sustentabilidade tem se mostrado estratégica para proteção e restauração da biodiversidade. O Observatório já mostrou alguns casos como Compliance socioambiental, Títulos verdes e Tokens florestais que têm impactos reais nas ações ambientais. Recentemente, foi lançada uma nova classe de ativos criada para mensurar, valorizar e negociar os benefícios gerados pela conservação do meio ambiente. São os Ativos de Resiliência de Biodiversidade (Biodiversity Resilience Assets – B.R.A.s), que trazem um modelo de remuneração para quem protege a natureza.

Os B.R.A.s são ativos digitais que representam serviços ecossistêmicos mensuráveis, emitidos a partir dos indicadores de biodiversidade, de saúde de ecossistemas e de impactos positivos. Por exemplo, é possível emitir B.R.A.s para créditos de carbono, saúde do solo e mobilização comunitária comprovada em alguma área degradada. Também podem ser elegíveis projetos de reflorestamento, zonas de proteção de habitats naturais e sistemas agroflorestais.

Combinando tecnologias como inteligência artificial, blockchain, DNA ambiental e sensoriamento remoto, cada ativo é monitorado em tempo real, garantindo transparência e rastreabilidade. O modelo pretende atrair investimento para projetos de proteção de espécies nativas e resiliência ecológica.

​A Sthorm, ecossistema que usa blockchain e ativos digitais para preservar a vida na terra, por meio da PlanetaryX, é pioneira no modelo B.R.A.s. A equipe iniciou seu primeiro projeto de grande escala: mais de 10 mil hectares no Sul da Bahia, vinculados à produção de cacau em sistemas agroflorestais (Cabruca). A região, que integra Mata Atlântica e ecossistemas costeiros, teve suas primeiras 41 parcelas analisadas com inventários de biodiversidade, incluindo áreas de manguezais.

Nesse caso do Sul da Bahia, tecnologias como DNA ambiental e avaliação de solo em tempo real garantiram a mensuração de dados para a certificação dos B.R.A.s. O modelo garante que até 90% dos recursos gerados pelos ativos sejam direcionados diretamente a comunidades locais, via carteiras digitais e contratos inteligentes.

Os Ativos de Resiliência de Biodiversidade podem transformar proteção ambiental em ativos financeiros confiáveis. Os B.R.A.s. podem ser adquiridos por empresas, fundos, governos e instituições comprometidas com metas ESG. Assim, é alimentado um ciclo de investimentos com ferramentas promissoras para a economia verde.

Fontes: Cointelegraph e Trading View