As casas de aposta online estimulam riscos de manipulação esportiva e exigem novos mecanismos de fiscalização para preservar a integridade do futebol. No cenário atual, a tecnologia blockchain desponta como ferramenta capaz de registrar transações e eventos de forma descentralizada e imutável, dificultando intervenções ilícitas nos resultados. Assim, o uso da blockchain pode atuar como antídoto contra manipulação de jogos, tornando mais transparente o monitoramento de apostas e resultados.
Quando operadas sem controle, as casas de aposta online contribuem para criar incentivos perversos em partidas de menor visibilidade. Apostadores que têm acesso a informações privilegiadas, árbitros ou atletas que recebem subornos e dirigentes que se beneficiam de resultados combinados transformam o esporte em palco de esquemas predatórios. Um exemplo que ilustra essa dinâmica foi identificado no caso do Patrocinense-MG, quando indícios de apostas realizadas com conhecimento prévio de resultado apontaram falhas sistêmicas nas casas de apostas e motivaram investigações do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
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Uma alternativa para solucionar essa questão é a blockchain. Com a tecnologia, é possível a adoção de contratos inteligentes (smart contracts) em redes como Ethereum, o que permite automatizar pagamentos e definir regras objetivas para liquidar apostas, eliminando intermediários e reduzindo margens para fraudes. Além disso, a proposta do Banco Central de implementar o Drex (moeda digital nacional) pode assegurar que todas as transações no mercado de apostas sejam rastreáveis e auditáveis, promovendo maior controle regulatório e transparência.
Ainda não existem casos de empresas que utilizem efetivamente blockchain para registrar apostas ou resultados no Brasil. No entanto, tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei nº 3523/2025, que propõe a obrigatoriedade de que todas as bets registrem suas operações em uma blockchain pública, com o objetivo de coibir fraudes e manipulações de resultados. A proposta busca garantir mais transparência, rastreabilidade e segurança nas transações do setor. A medida também pretende aumentar a confiança dos apostadores e fortalecer a integridade das competições esportivas no país.
Para que essas inovações surtam efeito prático, é fundamental que entidades esportivas, autoridades públicas e operadores privados firmem compromisso com regras claras e sistemas de governança eficientes. A regulamentação específica deve acompanhar avanços tecnológicos para garantir que as casas de aposta online não continuem atuando em zonas cinzentas. O combate à manipulação exige unir recursos técnicos, controle legal e vontade política para resgatar a lisura no esporte.
Fonte: ConJur, Portal do Bitcoin