
A desinformação é um fenômeno que ocorre com a criação de conteúdos falsos e descontextualizados, de maneira intencional ou não. Ela provoca ruptura de valores de confiança, deslegitimação de instituições (como a ciência e o jornalismo), além de fomentar disputas de discursos em busca de autoridade e legitimidade. 
Por isso, é fundamental criar soluções de enfrentamento e uma dessas possibilidades pode estar na blockchain. Afinal, a tecnologia é usada em situações onde é necessário restabelecer confiança, dar transparência e rastreabilidade. 
As plataformas online e a produção de conteúdos com inteligência artificial generativa complexificam ainda mais a circulação de desinformação. Por conta do contexto de mediação dos algoritmos, tanto na produção como na circulação de conteúdos, torna-se necessário uma solução imutável e irrefutável. 
Grandes corporações, conglomerados de mídias e startups estão buscando redes distribuídas e transparentes para promover um novo senso de confiança para a informação online. Na maioria das vezes, essa tentativa de regeneração de confiança está baseada no rastreamento e na verificação de autenticidade de recursos de mídia, uma forma mais palpável de ação. Isso porque há um grande desafio em agir impedindo as pessoas de postarem conteúdos falsos ou descontextualizados. As soluções tecnológicas precisariam andar lado a lado com ações de educação midiática, em médio e longo prazo. 
Iniciativas
Empresas brasileiras como Inspire IP, Original My, Verifact já atuam na certificação em blockchain e autenticidade de materiais. A Lupa, agência de checagem de fatos, chegou a vender alguns de seus trabalhos de verificação em formato NFT. No entanto, há outros modelos que implementam arquiteturas próprias para verificação e circulação de notícias, monetização de conteúdos checados ou rastreamento de procedência das informações. 
Algumas dessas iniciativas foram apenas testadas e não implementadas e outras deram origem a projetos posteriores. São elas: Provenator, ANSAcheck, Sanub, FakeChain, Fake News Detection in Social Media using Blockchain (FNDSM), ProBlock, Ushare, Civil.co, etc. 
O uso de blockchain no combate à desinformação está essencialmente em promover e descentralizar a confiança, abrindo caminho para entidades múltiplas legitimarem informações. 
Fonte: Blockchain no Jornalismo e nas Redes Sociais Digitais e A constituição imaginária do blockchain e Análise comparativa de abordagens baseadas em blockchain para combater fake news.
