Bens de luxo tokenizados

Bens de luxo tokenizados ampliam acesso a investimentos em carros, iates e imóveis.
Imagem: Canva

Os bens de luxo tokenizados estão emergindo como uma força transformadora no universo dos investimentos. A tokenização de ativos do mundo real (RWA) cresceu de forma significativa, com o mercado total de ativos tokenizados tendo aumentado cerca de 32% em 2024, chegando a US$ 176 bilhões, segundo a Tokenized Asset Coalition. Embora esse universo tenha sido dominado por stablecoins, tesouros tokenizados, crédito privado e commodities, temos agora um avanço dos bens de luxo tokenizados.

A proposta é transformar ativos, antes acessíveis apenas a milionários, em investimentos fracionados, negociáveis e com potencial de gerar renda. Supercarros, iates e relógios de alto padrão estão entre os exemplos mais citados. 

Na prática, possuir tokens de bens de luxo tokenizados não significa ter acesso direto ao bem físico. Cada token concede ao investidor direitos econômicos sobre o ativo, como participação na valorização de mercado ou em receitas geradas por aluguel e uso compartilhado, mas não o direito de utilizar o bem.

Esse modelo funciona de forma semelhante à compra de ações: o investidor se torna coproprietário de um ativo de alto valor, beneficiando-se de sua escassez e potencial de valorização, mas sem assumir os custos e riscos associados ao uso ou à manutenção do item. O diferencial dos bens de luxo tokenizados está na combinação entre exclusividade e utilidade. 

No Brasil, a Tokeniza Auto amplia o acesso a esse mercado ao permitir que investidores adquiram tokens digitais correspondentes a parcelas do valor dos bens. Além de carros, a plataforma também expande esse modelo para embarcações de alto padrão, como barcos e iates. 

Nesse caso, cada token pode representar não apenas uma parte do valor do bem, mas também o direito de utilizá-lo em determinadas condições. Com isso, a empresa oferece uma forma inovadora de investir e ao mesmo tempo vivenciar experiências ligadas ao universo do luxo, algo inédito no mercado tradicional.

Outro caso brasileiro é o da fintech especializada BlockBR, que lançou o fundo DeFi T-Propt, voltado à tokenização de imóveis de luxo em destinos turísticos. Nesse modelo, cada casa é transformada em uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) e fracionada em Tokens Não Fungíveis (NFTs), vendidos a pessoas interessadas em usufruir do imóvel para lazer. 

Com a previsão de que o valor global de ativos tokenizados ultrapasse US$ 10 trilhões até 2030, os bens de luxo tokenizados se consolidam como uma nova fronteira de investimento, democratizando o acesso a símbolos de exclusividade e criando oportunidades em escala global.

Fonte: Be(in)Crypto, Valor, BusinessWire