Rastreabilidade na exportação de café

Imagem: Facebook/Café Minamihara

A rastreabilidade via blockchain, tanto de cadeias de produção quanto de procedência, conquistou o mercado de cafés especiais.  Isso porque a tecnologia que registra, armazena e valida transações digitais com alta segurança e confiabilidade. Uma parceria entre a startup Arabyka, de Londrina (PR), e o produtor Anderson Minamihara garantiu a exportação para o Japão de nove sacas de café orgânico especial, cultivado na sombra de abacateiros em Cristais Paulista (SP).

O lote de café orgânico Minamihara utilizou 100% de tecnologia blockchain para apresentar informações como época e tipo de colheita, secagem, lote, variedade, tempo de descanso, dia e padrão de exportação. Além disso, outros membros da cadeia, como torrefadores e cafeterias, também puderam inserir suas informações durante o processo de venda, até chegar ao consumidor final.

De acordo com informações do produtor, o lote é especial porque pode chegar a 90 pontos na classificação da SCA (Specialty Coffee Association), que estabelece 11 quesitos de avaliação responsáveis pela pontuação, de zero a 100, sendo que a partir de 80 o café é considerado especial. Mas o diferencial do lote é a associação com a tecnologia blockchain que garante a confiança, afinal, os dados digitalizados não podem ser alterados, além de permitir a descentralização e a transparência das informações.

Essas são características fundamentais para a garantia de segurança alimentar. Também são essenciais para estabelecer protocolos de compliance da produção agropecuária, nas áreas ambiental e trabalhista, cada vez mais necessários para acessar os mercados internacionais. A intermediação entre o produtor e a startup faz parte do trabalho do Hub Cocriagro de promoção da inovação aberta. Toda a operação, até chegar às mãos do cliente japonês UCC (Ueshima Coffee Corporation), contou ainda com orientação e parceria da trading Cafebras.

Os efeitos deste caso foram além da aplicação da rastreabilidade. Na época da divulgação da exportação, o café Minamihara estimulou a valorização de uma criptomoeda desenvolvida por empreendedores do sul de Minas, o Coffee Coin (COFBR), que registrou uma valorização de 93% em 12 meses.

Fontes: Globo Rural e Cointelegraph